A palavra bullying tem origem inglesa, sendo uma derivação do verbo to bully¸ que significa “ameaçar, amedrontar, intimidar”.[1][2]
O fenômeno do bullying é algo que vem atingindo indistintamente vários países de diversos continentes, e alcança pessoas das mais diversas classes sociais. Cuida-se de uma manifestação muito mais vasta e complexa do que a sua definição gramatical em si.[3]
Muito embora o bullying ocorra em diversos ambientes, é certo que sua maior incidência ocorre no âmbito escolar. Por isso, se faz necessário o devido cuidado e atenção por parte de pedagogos, professores, coordenadores, diretores e pais, a fim de que juntos possam combater essa prática, impedindo que seus malefícios sejam perpetrados entre as crianças e os adolescentes. [4]
– Mas então o que é o bullying?
Considera-se bullying a prática de atitudes agressivas, nas suas mais diversas formas, realizadas de forma intencional e repetidamente emanadas por um ou mais indivíduos contra o outro, capaz de lhe causar dor e angustia, evidenciando certo desequilíbrio de forças entre os envolvidos.[5]
O bullying é praticado através de atos agressivos desferidos contra outra pessoa. No ambiente escolar ele pode ocorrer não apenas com adolescentes do ensino fundamental e médio, mas também entre crianças do ensino infantil.
Dentre as crianças de mais tenra idade, no ensino infantil, essa prática agressiva pode ser caracterizada por uma eventual exclusão de uma criança do grupo, por maus-tratos verbais ou físicos.[6]
Uma outra característica do bullying é a prática de agressões de forma intencional pelo sujeito. Assim, para que seja configurado, é preciso que seja cometido de forma proposital e voluntária com a evidente intenção de gerar desconforto na vítima. [7]
Verifica-se, por exemplo, que não serão todas e quaisquer brincadeiras entre crianças e adolescentes que serão consideradas bullying, devendo haver a intenção de praticar um ato agressivo em desfavor do outro sujeito. É um comportamento cruel e voluntário perpetrado contra outrem com o objetivo de ameaçá-lo, assustá-lo e atentar conta sua dignidade.[8]
À vista disso, mostra-se essencial que todo o corpo de funcionários, em conjunto com os pais, mantenha-se atentos a fim de verificar as reais intenções das práticas entre alunos, analisando a intenção daqueles que produzem determinadas atitudes e a quem são direcionadas. Além de sempre orientarem sobre a prática de brincadeiras saudáveis e não discriminatórias, criando um ambiente de segurança entre os alunos, independentemente de suas diferenças estéticas, sociais e psicológicas. [9]
Importante mencionar que para que reste configurado o bullying, os atos praticados devem gerar ameaça, desconforto ou angústia para a pessoa atingida. Assim, caso a própria pessoa concorde e não se sinta ofendida com eventuais apelidos colocados ou brincadeiras jacosas, não restará configurada a prática do bullying. [10]
Uma outra característica importante do bullying é a sua repetição. Não se considera bullying a prática isolada de um ato agressivo com a intenção de causar temor e angústia.
O caráter repetitivo do bullying é de extrema gravidade, visto que com o tempo e com as constantes agressões, a vítima passa a se tornar mais fragilizada, oprimida e amedrontada.
Alguns autores, como Dan Olweus, entendem que as agressões desferidas contra uma mesma vítima se tornam repetitivas quando ocorridas três ou mais vezes no mesmo ano letivo.
Também se entende que no bullying há um desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima. Esta assimetria pode se dar nas mais diversas formas, podendo ocorrer por razões físicas, psicológicas, sociais, culturais ou emocionais.
O fenômeno do bullying não deve ser confundido com “brincadeiras da idade”, abrangendo muito mais do que meros desentendimentos e problemas estudantis, sendo de extrema necessidade a sua repressão e sua prevenção, de maneira a evitar sua ocorrência, sobretudo no ambiente escolar.
Entende-se por bullying como uma verdadeira manifestação de violência entre iguais. E como tal, é capaz de gerar inúmeras consequências danosas para as vítimas, causando problemas como ansiedade e depressão, podendo incorrer em casos de suicídio. [11]
À vista disso, diante dos prejuízos gerados pela prática de bullying, mostra-se essencial a mobilização da escola e dos pais contra esse tipo de violência, a fim de que seja gerado um ambiente de estabilidade e conforto para crianças e adolescentes, de forma que eles possam se desenvolver com segurança e saúde.
[1] (Michaelis, 2009).
[2] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.
[3] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.
[4] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.
[5] (Fante, 2005, p. 28).
[6] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.
[7] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.
[8] D’AUREATARDELI, Denise; PAULA, Fraulein Vidigal D. O Cotidiano da Escola: as novas demandas educacionais. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2012.
[9] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.
[10] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.
[11] GOMES, Luiz F.; SANZOVO, Natália M. Bullying e a prevenção da violência nas escolas: quebrando mitos, construindo verdades. (Coleção saberes monográficos). [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2013.